Grávidas com Dengue correm Risco de ter Bebês com Anomalias Cerebrais
A gravidez é um período de muita felicidade não só para a gestante como também para o pai da criança e toda a família.
O tempo de uma gestação comum é de 9 meses e nesse período pode ocorrer algum problema com a mãe ou com o seu bebê, por isso, é fundamental o acompanhamento médico do início até o final da gravidez.
Entre os riscos que as gestantes correm todos os dias está o de contrair dengue, doença que pode causar problemas neurológicos no bebê.
Dengue na gravidez pode aumentar o risco de anomalias neurológicas nos bebês
De acordo com o jornal “Folha de São Paulo” se uma grávida contrair a dengue pode aumentar em 50% o risco de anomalias neurológicas no bebê.
Essa foi a conclusão em que chegou um estudo publicado na revista do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), do governo dos Estados Unidos.
O flavivírus que também inclui o vírus da febre amarela e da zika estaria relacionado às más formações cerebrais de bebês. Ainda se sabe bem pouco sobre a relação entre a dengue e anomalias nos pequenos. Até hoje esse problema era vinculado apenas a infecção pela zika.
Em 2016, uma pesquisa publicada na revista médica Lancet mostrou que uma grávida que pega dengue tem 3,5 vezes mais chances de ter um aborto e quase duas vezes 1,7 mais risco de o bebê nascer antes do tempo, ou seja, prematuramente.
No estudo feito pelo CDC nos Estados Unidos foram usados dados de bebês nascidos vivos no Brasil e de suas mães, entre os anos de 2006 e 2012, quer dizer, antes da epidemia do vírus da zika que teve seu auge nos anos de 2015 e 2016.
Das mais de 16 mil crianças nascidas vivas, as anomalias congênitas cerebrais foram raras, presentes em apenas 13.634 casos, ou seja, 0,08% deles. Porém entre as gestantes que tiveram confirmação da doença, os casos de anomalia neurológica congênita foram em torno de 50%.
Em cerca da metade desses casos, os sintomas da dengue apareceram no primeiro trimestre da gravidez. Os defeitos congênitos cerebrais foram divididos em diversas categorias. Em sete delas, incluindo a microcefalia, a associação não foi estatisticamente relevante.
Dois tipos de anomalias cerebrais (na medula espinhal e em outras partes do cérebro) foram quatro vezes mais frequentes em mulheres que tiveram infecção por dengue na gravidez.
Ainda de acordo com os pesquisadores, o padrão de anomalias cerebrais descritas tem semelhanças com o da síndrome congênita do zika.
A verificação foi feita através da comparação com imagens cerebrais e autópsias de bebês com zika e outras doenças infecciosas.
No Brasil, desde o começo do surto em 2015, os casos suspeitos de zika superam 231 mil, já os confirmados são 137 mil.
Os casos de síndrome fetal congênita como microcefalia, problemas de articulação e visão, dentre outros são 2.931 e 11 mortes já foram associadas à doença.