Autismo infantil: o que os pais precisam saber sobre o transtorno
O autismo infantil ainda gera muitas dúvidas, não penas nos pais, mas também nos especialistas.
A boa notícia é que as informações sobre esse transtorno estão cada vez mais acessíveis e detalhadas para que seja cada vez mais fácil para as famílias conseguirem detectar os sinais em seus bebês e buscar ajuda profissional precocemente. Assim, existe maior chance de o desenvolvimento da criança ser o melhor possível, dentro das suas condições.
Além do mais, existem órgãos como a Associação Brasileira de Autismo (ABRA) e a Associação Brasileira para Ação por Direitos das Pessoas com Autismo (Abraça) que atuam na busca por garantir os direitos das famílias e dos portadores de autismo em todas as esferas da sociedade. Os pais não estão sozinhos e a informação é sua melhor aliada. Então, saiba um pouco mais sobre o autismo infantil.
Níveis de Autismo Infantil
Atualmente denominado como Transtorno do Espectro Autista (TEA), o autismo se manifesta em diferentes graus.
Autismo clássico
Esse é o mais conhecido tipo de autismo infantil no qual a criança apresenta um comprometimento nas áreas de interação, linguagem e comportamento, além de um determinado grau de déficit cognitivo.
Autismo de alto funcionamento
Também denominado de Síndrome de Asperger, esse tipo de autismo infantil é aquele em que a criança é capaz de se expressar através da fala e demonstra capacidades de alta inteligência, acima da média da população.
Distúrbio global do desenvolvimento
Já nesses casos, a criança apresenta características de autismo, como diferenças na forma de se comportar e interagir com o mundo que a cerca, mas não há um diagnóstico fechado, pois há outras características a serem analisadas.
Existem alterações padrão
Quando se fala em alterações na interação social, quer dizer que a criança autista não costuma fazer contato visual com as outras pessoas ou até faz, mas com pouca frequência e em situações bem específicas. A interação com outras pessoas, adultos ou crianças, não costuma ser espontânea, dependendo de estímulos.
Quanto ao comportamento, existe a característica das repetições, como ficar dando pulos, batendo as mãos, repetindo palavras ou balançar o corpo para frente e para trás. Também, o interesse restrito a determinados brinquedos ou objetos, que é o que faz muitos autistas serem chamados de gênios, já que desenvolvem um conhecimento aprofundado sobre algo de seu interesse.
Quanto à linguagem, é comum haver um atraso significativo para começar a falar ou desenvolver a linguagem oral, além de alterações em outras habilidades linguísticas.
Mesmo assim, cada caso de autismo infantil precisa ser analisado de forma individual, pois esses padrões podem ser quebrados. Então, os pais não devem esperar perceber todos esses sinais para procurar orientação médica.
É possível observar os sinais no bebê
Geralmente, os médicos conseguem detectar o autismo infantil por volta de 1,5 a 3 anos de idade. Nessa idade já é possível iniciar os tratamentos com o suporte de uma equipe multidisciplinar. Mas, os especialistas em autismo também orientam sobre a observação do bebê.
No momento da amamentação
Durante a amamentação, um bebê autista tende a não fazer contato visual com a mãe. Geralmente esse contato visual é normal e ocorre em todas as mamadas com crianças que não são portadoras de autismo.
Aceitar colo de estranhos
Outra característica é o bebê aceitar, sem estranhamento, o colo de qualquer pessoa. Por volta dos 8 meses de idade o bebê já percebe quando está sendo carregado por um conhecido ou por um estranho, chegando a chorar para recusar o colo de quem não conhece.
Choro ininterrupto e inquietude
Existem muitos motivos para um bebê ou uma criança ainda bem pequena chorar de forma ininterrupta e demonstrar que está incomodada. Mas junto dos outros sinais, esses sintomas podem ser motivo para procurar um especialista. O autismo infantil tende a provocar sentimentos de inquietude e incômodo em diversas situações, especialmente quando há mais pessoas no ambiente.
Incômodos
Também possível estar atento e observar as reações da criança quando alguém a toca, quando sente determinadas texturas de alimentos, cheiros fortes, muitas cores ou som alto. Todo esse excesso de informação demais para a criança autista, pois os seus sentidos são alterados.
Então, dependendo da idade e da situação, ela poderá reagir com agressividade, isolamento ou sentimentos de raiva e desespero.
Não tem cura
Alguns especialistas defendem que o autismo não tem cura porque não é uma doença. De acordo com a psicóloga e psicanalista Bartyra Ribeiro de Castro, que estuda o autismo há mais de 15 anos, o autismo é um jeito de ser; um modo de viver.
O que precisa ser feito é mobilizar toda a família para que esteja preparada para lidar com o comportamento da criança autista até a fase adulta.
Ao iniciar o tratamento o mais cedo possível e com o apoio de todos em casa, o desenvolvimento da criança ocorre de forma mais eficiente e aumentam as chances de ela conseguir levar uma vida mais tranquila, com sintomas leves, claro, dependendo o grau de autismo infantil e de outros fatores relativos à saúde.